IDH e parceiros avançam na implementação do Programa de Produção Sustentável de Bezerros em Mato Grosso

Há um ano, em fevereiro de 2019, começava a ser desenvolvida em Mato Grosso uma iniciativa pioneira e inovadora: o Programa de Produção Sustentável de Bezerros, com o objetivo de mudar a dinâmica de produção e comercialização da cadeia da pecuária para torná-la cada vez mais inclusiva e financeiramente sólida.

O programa é financiado pela Fundação Carrefour (apoiado pelo Grupo Carrefour) e pela IDH, que coordena as ações junto aos parceiros no campo, sendo a Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) a responsável pela implementação no Vale do Araguaia, e a empresa NatCap, no Vale do Juruena, região onde a fazenda São Marcelo, também atua como parceiro comercial estratégico.

Atualmente, 250 fazendas nas duas regiões mato-grossenses já recebem assistência técnica produtiva, econômica, ambiental e fundiária, com previsão de chegar a 457, em 2021, com investimentos previstos na ordem de 3,5 milhões de euros.

Para fortalecer os compromissos e as metas estabelecidas, frente à realidade de implementação encontrada no campo, IDH e parceiros se reuniram, no mês de março de 2020, em Cuiabá, oportunidade na qual compartilharam experiências para construir o plano de trabalho deste ano para as duas regiões beneficiadas.

“É importante para nós termos essa proximidade com a IDH, pois isso nos dá a segurança necessária para sabermos que estamos no caminho certo. E, isso também gera reflexos positivos em campo, na credibilidade do que estamos nos propondo fazer”, ressalta Amado de Oliveira, da Acrimat.

Avaliação no mesmo sentido foi feita por Leone Furlanetto, da Fazenda São Marcelo. “Nós aprendemos muito com a prática neste último ano e, a partir de agora, podemos avançar mais, com novas atividades para alcançar os objetivos propostos”, disse.

Além de beneficiar diretamente os produtores e a cadeia da carne em Mato Grosso, o Programa também entrega resultados à estratégia do governo estadual, Produzir, Conservar e Incluir (PCI), voltada ao aumento da eficiência da produção agropecuária e florestal, conciliando conservação, recomposição dos passivos ambientais e inclusão socioeconômica de pequenos produtores, com metas estabelecidas até 2030. Em mais amplo aspecto, o Programa também pode contribuir para as metas brasileiras, declaradas pela ONU sob o Acordo de Paris, em questões relativas à restauração de pastagens degradadas, à redução da pressão para o desmatamento e o incentivo a uma agropecuária de baixo carbono.

Para Mathias Almeida, da NatCap, a reunião de alinhamento foi muito importante para o processo de implementação do programa. “Tivemos nesta ocasião, a oportunidade de discutir erros e acertos do primeiro ano de trabalho, estabelecendo ações necessárias para o avanço do Programa, discutindo questões operacionais e estratégicas com intuito de buscar maior impacto em campo neste segundo ano de implementação”.

Ele também ressalta que o Programa faz parte da regionalização da estratégia PCI, no Pacto PCI do Vale do Juruena, “atuando no elo da cadeia que tem grande potencial de melhorias e deve ser a base para o desenvolvimento de uma cadeia de produção mais sustentável”.

Na sequência das reuniões em Cuiabá, o gerente de Implementação de Políticas Públicas da IDH, Alex Schmidt, acompanhou a Acrimat em ações de campo na região do Vale do Araguaia. “É importante conhecermos a realidade local para entendermos quais são os principais gargalos e demandas dos produtores nesses municípios. Escutá-los é fundamental no desenvolvimento das ações previstas no Programa, entre elas, o suporte nas questões relacionadas à regularização ambiental e fundiária”, complementou.

As atividades de campo do Programa estão suspensas, temporariamente, para atendimento do protocolo de segurança preconizado para o controle da Covid-19. Durante este período, continuam acontecendo suporte remoto (online) aos produtores, atividades de organização interna e compartilhamento de informações com os parceiros envolvidos.